6.24.2007

Ócio e má educação


Há um ar cosmopolita nesta marginal de passeios largos e esplanadas também elas alargadas, que os turistas estrangeiros escolhem para ver o mar. Uma das coisas boas - entre alguns defeitos que mesmo um defensor do projecto, como eu, tem que admitir - que este redesenho da frente marítima de Caxinas/Vila do Conde conseguiu foi aumentar, drasticamente, a fruição deste espaço. A má chama-se estacionamento desregrado, que rouba o passeio aos seus utilizadores legítimos, os peões. E o estranho é que polícia, municipal ou outra, nem vê-la. Sei de onde vem esta falta de civismo. Nunca percebi foi esta falta de rigor por parte de quem tem, tão simplesmente, que fazer cumprir a lei.

6.17.2007

Ainda as obras

Pensei que as obras da marginal já tinham terminado. Pelo que vi nos últimos dias, enganei-me. Uma das empreitadas em curso parece-me que vai corrigir uma "teimosia" de Siza vieira, que deixou o calçadão a poente do Parque Atlântico com uma iluminação que tornava a zona infrequentável durante a noite. Um problema que está a ser corrigido com focos colocados a um metro do chão, julgo. A outra empreitada não sei para que serve, e nem o meu cão, o Lucky, conseguiu descobrir, apesar de ter andado a investigar o assunto.
A obra mais importante, essa, vai continuar por fazer. refiro-me à ligação dos esgotos a um sistema de tratamento, definitivamente adiada para 2010, soubemos esta semana. O mau cheiro vai assim continuar a povoar-nos a cabeça com a lembrança do desinteresse a que a questão dos efluentes domésticos foi votada até há uma década pelas duas autarquias. As mesmas que andaram a sonhar com um exutor submarino e que investiram muito dinheiro - do jogo e do polis - nas suas marginais. As mesmas que agora deploraram a decisão da Águas do Ave de não desperdiçar verbas numa solução provisória que pouco ou nada ia resolver. Prioridades...

6.09.2007

Saudades

Em múltiplos femininos, o passado reapareceu-me esta manhã, preguicento, a olhar pacatamente o mar como já não sei fazer. Não compreendo por que é que a vida me empurra para esta pressa quotidiana, em que os momentos mais calmos os passo a passos largos, nesta marginal onde esta manhã dei de caras com estas mulheres. A minha esperança é que um dia haverá lugar a um regresso. E, acredito, estas mesmas pedras ali junto ao forte lá estarão para me receber.

6.05.2007

Teimosia II

Ainda há dias mostrei como o mar não quer esta concessão balnear a sul do Caximar. Como vêem - e ainda nem chegamos às marés vivas de Agosto - já temos uma praia em dois pisos. Vai mesmo ser preciso uma escada para nos levar ao banho. O meu cão experimentou descer e, apesar de ter quatro patas, quase não conseguiu subir. Quero ver como vão fazer os banhistas...

6.03.2007

Janota


Há carros que marcam uma era. Este, o Citroen DS, vulgo “Boca de Sapo (quantos anos procurei um para comprar?!), marca várias gerações (os anos 60/70, sobretudo) e, como está na marginal Póvoa-Vila do Conde (na altura) e tão bem cuidado, só se pode dizer que, por estas bandas, há muita gente janota. Que gosta de ter uma relíquia. Um objecto de culto (meu, pelo menos).Este segmento das duas cidades que beija o mar, precisa de potenciar mais pontos de atracção para quem não quer apenas andar devagarinho a exibir os cromados dos carros, arrastar as caravanas ou estar atento às curvas que, no passeio, destoam da rectitude geográfica. “Requalificar” a oferta da margem é imprescindível para que possam surgir mais “coisas bonitas”. É que, o admirável Citroen só aparece na marginal esporadicamente!
Senhora da Guia

O nevoeiro acompanhou-me, de longe, num passeio matinal que já não fazia há dias. Deixou-me à vista este bocadinho de paisagem que o sol não se fez rogado em iluminar.

6.01.2007

Outras marginais
O meu amigo Dario Silva enviou-me este pedaço do tempo. No início do século XX, antes das marginais, e muito antes deste Da Marginal, o vai-vem entre Póvoa e Vila do Conde, ou entre as respectivas praias, no caso, não seria nada marginal, a julgar pelo interesse de uma companhia de americanos, esses carros puxados a cavalos que aqui se podem ver num postal de Lisboa de 1873. Um destes dias recuperarei uma imagem, que anda pelos meus arquivos algures, que o mesmo Dario, fã da ferrovia, me enviou deste transporte público, em passagem pela antiga estrada real, hoje conhecida como estrada nacional 13.